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Produção de cana cresceu 184% em 30 anos
7 outubro 2020A cana-de-açúcar é a terceira mais importante cultura do Brasil. É o 6º produto que mais contribuiu com o valor bruto da produção (VBP) do agronegócio brasileiro, respondendo por 7,4% dos R$ 614 bilhões gerados em 2018. Para isto, ocupou 8,6 milhões de hectares na última safra (2018-19), atrás apenas da soja e do milho, com 35,6 e 17,5 milhões de hectares plantados, respectivamente. É isso que mostra um estudo compilado por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) que avaliou as áreas de cana no país entre os anos de 1990 a 2018. O levantamento traz dados como os fatores que levaram às mudanças na produção nas diferentes regiões. Um desses motivos é a diversificação de produtos gerados a partir dela como açúcar, cachaça e etanol. Além disso está o avanço nos manejos e tecnologias, variedades mais produtivas e a mecanização da colheita. Nos últimos 29 anos, a ocupação de áreas com cana-de-açúcar no Brasil passou de 4,27 milhões de hectares em 1990 para 10,04 milhões de hectares colhidos em 2018, representando um aumento de 6,15 milhões de hectares, ou 135%, em termos de área colhida. Já a produção foi ampliada em cerca de 184%, indo de 262,7 milhões de toneladas em 1990 para 746,8 milhões em 2018. O maior incremento ocorreu após 2006, cerca de 60%; em função de novos plantios em regiões de expansão como noroeste paulista, triângulo mineiro e porção sudeste da região Centro-Oeste atingindo o ápice de extensão de plantio com 10,42 milhões de hectares em 2014. Nos anos subsequentes a expansão desacelerou e observou-se uma estabilização no total de área colhida. Com relação à produtividade média nacional, verificou-se incremento significativo. Os valores saltaram de 61,5 toneladas por hectare em 1990 para 74,4 toneladas por hectares em 2018, representando um aumento de cerca de 21 %. Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) compilaram informações sobre históricos da produção e ocupação de áreas com cana-de-açúcar no Brasil entre 1990 e 2018. O resultado do trabalho foi a publicação “Dinâmica do Cultivo de Cana-de-açucar no Brasil – 1990 a 2018”. Segundo os pesquisadores “com o cenário atual e crescente da colheita crua e possível encerramento total da queima dentro do setor canavieiro, outras práticas que contribuem para emissões de GEE possivelmente passarão a ter maior destaque, como por exemplo a emissão de N2O derivado do fertilizante nitrogenado, utilizado na adubação da cana-de-açúcar e sua associação com a palha mantida pós-colheita crua”, explicam. Cabe destacar que o setor canavieiro é um dos que estão inseridos mais fortemente na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que premiará os produtores de biocombustíveis com melhor desempenho energético-ambiental. Com isto estima-se uma nova mudança na dinâmica da produção canavieira, com aumento significativo de produtividade e até uma expansão, mesmo que pouco significativa, para novas áreas e sem afetar o meio ambiente. Os autores afirmam que “este será um importante passo para a implementação de práticas de manejo conservacionista que propiciem a queda das emissões de GEE provenientes da queima de resíduos agrícolas”. Estas práticas têm impulsionado a produção de biocombustíveis, baseada na previsibilidade e na sustentabilidade ambiental, econômica e social. O estudo é assinado por seis pesquisadores e pode ser conferido na íntegra neste link: Dinâmica do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil – 1990 a 2018. Fonte: Agrolink