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INDÚSTRIA DA MADEIRA OBTÉM BONS RESULTADOS EM 2018 E GERA EXPECTATIVA POSITIVA PARA 2019

10 janeiro 2019

Entre os segmentos da indústria que tiveram destaque estão papel e celulose, compensados e madeira serrada, por exemplo. Um dos motivos para isso está na exportação, pois houve 20% de aumento no volume exportado em alguns segmentos de produtos de madeira neste ano, de acordo com a instituição.

“Foi um ano de intensa recuperação e de afirmação. Não estamos exportando mais para os Estados Unidos, inclusive por falta de mão de obra no país de destino”, conta o superintendente da Abimci, Paulo Pupo.

De acordo com ele, a expectativa de construção de casas próprias nos Estados Unidos, que era de 1,3 milhão, baixou para 1,211 milhão devido a políticas do governo Trump. Pupo ainda cita que, somente no estado da Flórida, estima-se que faltam hoje 50 mil motoristas de caminhão e isso afeta diretamente o envio de produtos de madeira do Brasil.

Os Estados Unidos é um dos principais mercados da madeira brasileira, em especial a do Paraná. “Os Estados Unidos representam 34% do destino de todo o nosso produto. O Paraná é o principal estado exportador de madeira para a Europa e os Estados Unidos”, salienta Pupo.

Além disso, ele destaca cenários internos para que o resultado da indústria da madeira não tenha sido ainda melhor em 2018. Entre eles está a greve dos caminhoneiros, registrada entre maio e junho. “Nós vínhamos muito bem até maio. A logística estava funcionando até a greve dos caminhoneiros. O que aconteceu de maio para cá: o canal de escoamento é o porto, para qualquer produto na balança comercial.

Estes produtos foram se acumulando, as taxas portuárias aumentaram, a satisfação do cliente internacional diminuiu. Ele pagou e, muitas vezes, não conseguiu receber a tempo”, conta.

Apesar disso, Paulo Pupo considera que 2018 deve ser dos melhores anos para o setor da madeira na última década quanto ao volume exportado, mas não em termos de faturamento. Ele salienta que o aumento de custos e falta de infraestrutura, entre outros fatores, impediram que este bom desempenho se transformasse em aumento de receitas.

“Ou seja, houve um aumento do esforço interno das empresas, dos investimentos, de refazer o departamento comercial para conquistar mercado e também sair um pouco da recessão interna. Na época, precisamos achar outras formas de escoar a nossa produção. Podemos dizer que o empresário fez o dever de casa”, analisa Pupo.

Esta avaliação do superintendente segue o cenário apresentado na pesquisa Sondagem Industrial, elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e apresentada no dia 12 de dezembro com as percepções dos empresários sobre 2018 e as perspectivas para 2019. Pupo, como vice-presidente da Fiep, esteve presente no lançamento do estudo, em Curitiba (PR). Segundo o levantamento, 24% dos industriais acreditam que o principal entrave para a competição no mercado internacional está na burocracia, seguida pela elevada carga tributária (23% dos entrevistados).

No entanto, conforme a Abimci, há uma boa expectativa para que o volume exportado de produtos de madeira permaneça com esta mesma taxa de crescimento em 2019. “Nós prevemos um crescimento um pouco mais acentuado para o ano que vem. Os volumes foram consolidados e muito bem. O Brasil se auto afirmou como um dos principais players de produtos madeireiros, até porque 65% de nossa floresta é certificada de origem e mais de 80% dos produtos são certificados de acordo com as exigências técnicas de mercado. O Paraná tem uma grande matriz de base florestal, atendendo a todos os segmentos”, analisa Pupo.

A perspectiva do setor da madeira para o ano que vem também acompanha a linha de boa perspectiva para 2019 revelada na pesquisa da Fiep. O documento mostrou que 81% dos empresários estão otimistas quanto aos negócios em 2019. Este é o melhor resultado desde 2013, quando o nível atingiu 84%. Participaram da pesquisa cerca de 620 indústrias de todas os segmentos e regiões do Paraná.

Os motivos para a boa expectativa, segundo a Fiep, são os leves sinais de recuperação da economia ao longo de 2018 e a definição do quadro eleitoral. A pesquisa foi realizada em novembro deste ano.

Fonte: Portal Madeira e Construção