Preços de insumos agrícolas mais que dobram em 2021, elevam custos de 2022

A escalada de preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021, após o valor de alguns fertilizantes e defensivos acumular altas que superam 100% no ano até setembro, indicando também despesas mais altas para 2022, disse nesta quinta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Entre os adubos, os preços da ureia, do fosfato monoamônico (MAP) e do cloreto de potássio (KCL) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. Já entre os agroquímicos, o glifosato lidera com avanço de 126,8%, informou a CNA com base em resultados do projeto Campo Futuro. “O fertilizante, por exemplo, subiu mais de 100% de janeiro a setembro deste ano, em razão da alta demanda, escassez da oferta mundial, elevação dos preços internacionais e problemas logísticos”, explicou a confederação em nota, ressaltando que o viés altista deve perdurar até 2022, influenciando as margens do setor agrícola. No caso dos defensivos, a alta foi influenciada principalmente pela interrupção da operação de indústrias fabricantes do insumo na China e problemas com o fornecimento de matéria-prima. “Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.” O principal indicador analisado no projeto Campo Futuro foi o Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui itens como insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas, comercialização agrícola, entre outros. Além dos insumos, a CNA destacou que o clima também afetou algumas atividades agropecuárias, citando os impactos de estiagens ocorridas no segundo semestre de 2020 e início de 2021. Na cafeicultura, por exemplo, o Custo Operacional Efetivo do tipo arábica teve aumento de 15% em relação ao levantamento realizado em 2020. Já o COE do conilon subiu 31,3%. “O fertilizante foi o item que mais impactou no bolso do produtor, sendo 20,8% para o arábica e 34,2% para o conilon na média das regiões”, disse a análise. Em contrapartida, houve aumento de receita (preço de comercialização do produto no período versus produção) de 54% do café arábica e 35,4% do café conilon. Segundo a CNA, a valorização das cotações do grão foi resultado da menor oferta mundial e problemas logísticos para escoamento da safra em países produtores, como o Brasil. Para 2022, a expectativa da confederação é de aumento ainda mais significativo nos custos com fertilizantes, podendo impactar negativamente na margem dos cafeicultores. O projeto Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com o Cepea/Esalq, a Labor Rural da Univeridade Federal de Viçosa, o Pecege da Esalq/USP e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras. Em 2021, foram realizados pelo programa 127 painéis virtuais de levantamento de custos de 24 atividades produtivas. Fonte: Reuters

Café teve preços firmes em outubro diante de apreensão com oferta global

Globalmente o mercado foi sustentado pela apreensão com a oferta, sobretudo com problemas logísticos em muitos países, com falta de contêineres atrapalhando os embarques, entre outros empecilhos. Isso além da preocupação com a safra brasileira de 2022, muito prejudicada pelo clima seco até outubro e pelas geadas de julho. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que baliza a comercialização mundial, as cotações chegaram a bater na máxima do mês no dia 12 de outubro em 215,15 centavos de dólar por libra-peso. Naquele dia, amplas preocupações com as notícias de que os produtores de café colombianos deixaram de vender pelo menos 1 milhão de sacas após recentes altas nos preços, prejudicando os embarques do país, determinaram uma forte valorização na bolsa. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o mercado continua a refletir os temores em relação ao abastecimento global. “Primeiro foi a instabilidade causada pela falta de entrega de café pelos produtores da Colômbia, o que colocou em xeque o fluxo de suaves da 2ª principal origem de arábica mundial. E, mais recentemente, os problemas com embarques no Vietnã, devido à falta de contêineres”, avaliou. Ele lembra que o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) aponta que as taxas de rolagens de embarques e cancelamentos no Brasil giram entre 45% a 55%, com o setor deixando de embarcar entre maio a setembro deste ano algo como 4,3 milhões de sacas de 60 kg, o que impacta negativamente a receita em US$ 600 milhões. Isso já dentro de uma temporada marcada pelo déficit na oferta, devido à quebra da safra brasileira de 2021. As notícias de falta de contêineres, alta nos fretes internacionais, atraso nos embarques e demora na chegada de café aos destinos ganham cada vez mais espaço no noticiário, mas não é nenhuma novidade, observa Barabach. “Talvez, o que justifique a tensão e a alta nos preços é que as indústrias mundiais esperavam que a situação já estaria normalizada nesse momento. É bom lembrar que a temporada fria, pico de consumo da bebida quente, está começando no hemisfério Norte”, analisa. O consultor destaca a escalada dos preços do café na posição CIF porto Europa. “Houve uma aceleração da alta das cotações das principais origens – suave Colômbia, natural do Brasil e robusta do Vietnã – a partir do último mês julho. A alta nos preços foi puxada, além da valorização do café nas origens também em função do incremento dos custos de frete e das despesas com transporte internacional”, comenta. A associação de estoques baixos, atraso no recebimento e temores no abastecimento deixa o mercado bem mais sensível às notícias que sinalizem problemas no fluxo de embarques, afirma Barabach. “O resultado é um mercado mais volátil e com foco nos problemas de curto prazo”, descreve. Ele coloca que as chuvas no Brasil trazem alívio ao estresse hídrico e ajudam a atenuar um pouco o pessimismo produtivo com a safra brasileira 2022. “Sem dúvida, o potencial da próxima safra brasileira de arábica foi comprometimento pela longa estiagem e geada. Mas também é inegável que o mercado carregava um pessimismo exagerado. A quebra do padrão climático altera a perspectiva e corrige exageros. E só não se reflete sobre os preços de forma significativa por conta dos temores com o abastecimento imediato”, aponta. No balanço de outubro na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) até esta quinta-feira, dia 28, o contrato dezembro do arábica acumulou valorização de 3,1%, tendo fechado setembro em 194,00 centavos de dólar por libra-peso e nesta quinta-feira em 199,95 cents. Em Londres, o contrato janeiro/2022 do robusta subiu no mesmo comparativo 2,7% no mês. Já no mercado físico brasileiro de café, as cotações acompanharam esteve movimento para o arábica. Mas no conilon o mercado esteve um pouco mais fraco. Barabach indica que o físico interno encontra sustentação na firmeza da ICE, dólar valorizado e na retranca vendedora. Já está mais fraco, com a indústria local de torrado e moído reduzindo significativamente as investidas de compra, com grandes torrefadores já bem cobertas para os próximos meses. “Além disso, o conilon brasileiro segue com pouca competividade externa em comparação às origens asiáticas. Mesmo depois do tombo no prêmio pago ao conilon no FOB porto. Sem o apoio da demanda, a descrição perde força no físico interno”, diz. No balanço de outubro, o café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais, com 15% de catação, subiu 8,3%, terminando esta quinta-feira (28) a R$ 1.240,00 na base de compra, contra R$ 1.145,00 do final de setembro. O conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, caiu 6,7%, caindo no balanço mensal de R$ 820,00 para R$ 765,00 a saca. Fonte: Agência SAFRAS

Moagem de cana-de-açúcar em 22/23 ainda distante das 600 mi de T

A moagem de cana-de-açúcar na safra 2022/23 (abril-março) do Centro-Sul deve se recuperar para algo entre 530 e 565 milhões de toneladas, segundo estimativa da consultoria Datagro, após quebra histórica na temporada anterior (518,6 milhões de t). “Uma quebra dessa magnitude nunca foi registrada na história do setor”, disse o presidente da Datagro, Plinio Nastari, sobre a temporada que está sendo finalizada. A temporada foi impactada por condições climáticas adversas durante longo período. O volume de chuva neste ano de 2021, por exemplo, segundo Nastari, foi o menor em 90 anos na região Centro-Sul, principal produtora de cana-de-açúcar do país. Além disso, a safra registrou geadas e também impactos com incêndios nos últimos meses. A consultoria vê a moagem de cana retomando os níveis acima de 600 milhões de t apenas a partir da temporada 2023/24. A produção de açúcar na temporada 2022/23, no melhor cenário, é prevista em 33,7 milhões de t, mas pode ficar em 31,6 milhões de t. Os números da nova temporada ainda poderão ser atualizados pela companhia ao longo dos próximos meses. A primeira estimativa da consultoria para a nova safra foi divulgada nesta terça-feira (26) durante a 21ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol. Fonte: DATAGRO

Exportação de trigo e importação de milho garantem ocupação plena do Corredor de Exportação

Duas operações em andamento nesta quinta-feira (28) Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá (Corex), chamam a atenção por fugirem da rotina do complexo portuário e garantem a ocupação plena da estrutura portuária. A vocação do Corex é exportação de granéis sólidos como milho, soja em grão e farelo de soja. Uma das operações fora do comum nesta semana é o embarque de trigo, produto que normalmente é importado. A outra operação é diferenciada também pelo sentido da carga: o milho, produto que normalmente é exportado, desta vez está sendo importado, desembarcado no Porto. Essa operação também chama a atenção pela produtividade: 11 mil toneladas foram descarregadas em 24 horas. O Corredor de Exportação conecta 11 terminais, por vias aéreas (por correias transportadoras) a três berços exclusivos, para exportação de granéis sólidos. “O foco da Portos do Paraná é atender não apenas o mercado e a demanda, mas também a capacidade dos terminais e operadores portuários”, explica o diretor de operações em exercício da Portos do Paraná, André Pioli. “Quando temos disponibilidade desses três berços, para mantermos a ocupação, produtividade e a performance do Porto, puxamos outras operações”, explica Pioli. TRIGO O produto que geralmente, nos portos do Paraná, é importado, está saindo no sentido contrário. No berço 213, do Corex, a Coamo está embarcando 20 mil toneladas de trigo panificável paranaense no navio Kian. O produto, armazenado no Terminal Portuário da Cimbessul, será enviado a um moinho em Fortaleza (CE), por cabotagem. “Os moinhos do Nordeste do Brasil têm que trazer de fora todo o trigo de que necessitam. Há cerca de seis anos eles puderam conhecer o trigo paranaense, aprovaram a qualidade e sempre avaliam a viabilidade de adquirir um certo volume”, explica Rogerio Trannin de Mello, Diretor Comercial do terminal da Coamo, no Porto de Paranaguá. Essa demanda, segundo o profissional, geralmente ocorre após a colheita, quando há maior oferta. “Desde então, todo ano há, pelo menos, um navio para o Nordeste. A cabotagem é a melhor alternativa, pois via rodoviária é mais oneroso”, afirma Mello. IMPORTAÇÃO Nesse período, também, o embarque de trigo pelo Corredor Leste fica viável pois o porto está menos demandado com embarque da soja, como afirmam os operadores do complexo. Sendo assim, no berço 214, a Centro Sul aproveita para descarregar uma carga de milho de importação. São 29.050 toneladas vindas do porto argentino de San Lorenzo, nos porões do navio Flora K. “A importação de milho não é novidade. Neste ano, até o momento, já recebemos quase 307 mil toneladas no Porto de Paranaguá”, comenta o diretor da Portos do Paraná, André Pioli. O gerente da Centro Sul, João Paulo Barbieri, enfatiza que para as operações de descarga de granéis sólidos o volume é bastante expressivo. “Fizemos uma performance muito boa. Chegamos a descarregar onze mil toneladas em 24 horas”, afirma. “A prancha mínima, ou seja, a produtividade mínima que nos é exigida é seis mil toneladas. Conversando com os clientes, a gente não lembra de ter visto uma descarga desse porte em 24 horas. Isso que choveu no dia. Era para ter sido ainda maior”, completa o operador. A marca de 11 mil toneladas descarregadas, em 24 horas, foi alcançada enquanto a operação ainda ocorria no berço 202. Ao longo da semana, aproveitando que o berço 214 estava vago, a embarcação foi puxada para o complexo, onde permanece até a conclusão da carga (sem previsão, devido à chuva). Fonte: APPA – ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E ANTONINA

Preços de insumos agrícolas mais que dobram em 2021, elevam custos de 2022

A escalada de preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021, após o valor de alguns fertilizantes e defensivos acumular altas que superam 100% no ano até setembro, indicando também despesas mais altas para 2022, disse nesta quinta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Entre os adubos, os preços da ureia, do fosfato monoamônico (MAP) e do cloreto de potássio (KCL) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. Já entre os agroquímicos, o glifosato lidera com avanço de 126,8%, informou a CNA com base em resultados do projeto Campo Futuro. “O fertilizante, por exemplo, subiu mais de 100% de janeiro a setembro deste ano, em razão da alta demanda, escassez da oferta mundial, elevação dos preços internacionais e problemas logísticos”, explicou a confederação em nota, ressaltando que o viés altista deve perdurar até 2022, influenciando as margens do setor agrícola. No caso dos defensivos, a alta foi influenciada principalmente pela interrupção da operação de indústrias fabricantes do insumo na China e problemas com o fornecimento de matéria-prima. “Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.” O principal indicador analisado no projeto Campo Futuro foi o Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui itens como insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas, comercialização agrícola, entre outros. Além dos insumos, a CNA destacou que o clima também afetou algumas atividades agropecuárias, citando os impactos de estiagens ocorridas no segundo semestre de 2020 e início de 2021. Na cafeicultura, por exemplo, o Custo Operacional Efetivo do tipo arábica teve aumento de 15% em relação ao levantamento realizado em 2020. Já o COE do conilon subiu 31,3%. “O fertilizante foi o item que mais impactou no bolso do produtor, sendo 20,8% para o arábica e 34,2% para o conilon na média das regiões”, disse a análise. Em contrapartida, houve aumento de receita (preço de comercialização do produto no período versus produção) de 54% do café arábica e 35,4% do café conilon. Segundo a CNA, a valorização das cotações do grão foi resultado da menor oferta mundial e problemas logísticos para escoamento da safra em países produtores, como o Brasil. Para 2022, a expectativa da confederação é de aumento ainda mais significativo nos custos com fertilizantes, podendo impactar negativamente na margem dos cafeicultores. O projeto Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com o Cepea/Esalq, a Labor Rural da Univeridade Federal de Viçosa, o Pecege da Esalq/USP e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras. Em 2021, foram realizados pelo programa 127 painéis virtuais de levantamento de custos de 24 atividades produtivas. Fonte: Reuters

Índia precisa exportar mais açúcar sem subsídio para sustentar mercado local, diz governo

As usinas da Índia precisam exportar de 6 milhões a 7 milhões de toneladas de açúcar sem incentivos do governo em 2021/22 para reduzir os estoques e garantir que os preços domésticos permaneçam firmes apesar do excedente de produção, disse um funcionário do governo

As exportações de açúcar pelo segundo maior produtor mundial podem limitar os preços globais, que atingiram uma máxima de quatro anos e meio este mês, diante de expectativas de que a oferta do maior produtor, o Brasil, diminuirá como resultado de secas e geadas.

“As usinas de açúcar devem se beneficiar dos altos preços internacionais e da quantidade máxima de exportação”, disse Subodh Kumar Singh, secretário adjunto do Departamento de Alimentos e Distribuição Pública, em um webinar nesta terça-feira.

Depois de embarcar um recorde de 7,2 milhões de toneladas de açúcar na temporada anterior, as usinas indianas já assinaram contratos para exportar 1,8 milhão de toneladas no ano de comercialização de 2021/2022, a partir de 1º de outubro, disse ele.

Afeganistão e Sri Lanka estão entre os principais compradores, mas a demanda de ambos foi restringida por fatores locais, e as usinas precisam encontrar novos mercados que dependam do Brasil, disse Singh.

Os preços globais do açúcar bruto precisam subir acima de 20 centavos de dólar por libra-peso para garantir que a Índia exporte de 5 a 6 milhões de toneladas no ano em curso, já que o governo não está fornecendo subsídios, disse na webinar o analista da Marex Spectron, Robin Shaw.

Nova Délhi interrompeu um subsídio de exportação em vigor nos últimos três anos.

Fonte: Reuters

 

Palestra traz orientações sobre o manejo da cigarrinha do milho

Na abertura, o presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, José Zeferino Pedrozo, aproveitou para cumprimentar a presidente da Epagri Edilene Steinwandter, por integrar a lista da Forbes que elegeu as 100 mulheres poderosas do agro brasileiro. “É um orgulho para nós ver seu nome na relação que destaca mulheres na produção de alimentos, pesquisa, empresas, foodtechs, consultorias, instituições financeiras, política, entidades, grupo e influenciadoras digitais. A Edilene foi uma grata revelação na Epagri e sua presença está contribuindo para unir ainda mais as lideranças do agro”. Pedrozo também destacou a importância da palestra sobre cigarrinha do milho ao comentar que, embora muitas medidas já tenham sido tomadas, é necessário intensificar as ações para reduzir e acabar com a disseminação da praga. Após agradecer o reconhecimento e valorizar o trabalho de muitas pessoas que fazem parte da conquista, Edilene falou sobre os esforços para acabar com a cigarrinha. Lembrou que a situação foi agravada pela estiagem e, por isso, foi criado Comitê de Ação contra Cigarrinha do milho e Patógenos Associados, que reúne a EPAGRI, UDESC, CIDASC, OCESC, FETAESC, FAESC, CROPLIFE BRASIL e Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural. O comitê é responsável pelo o Monitora Milho SC – Programa de monitoramento das populações de cigarrinha de milho e patógenos associados que disponibiliza informações atualizadas no site da Epagri. “Nossa intenção é criar um aplicativo para facilitar, tanto aos produtores quanto aos técnicos, o acesso às informações no dia a dia”, completou Edilene. “CIGARRINHA DO MILHO: MANEJO RECOMENDADO PELA EPAGRI” Em seguida, o pesquisador da Epagri/Cepaf, Dr. Leandro do Prado Ribeiro, que é um dos coordenadores do programa de monitoramento, proferiu a palestra “Cigarrinha do milho: manejo recomendado pela Epagri”. O palestrante destacou o histórico da cigarrinha, os impactos da praga nas culturas do milho, a incidência de cigarrinhas/complexo de enfezamento, o panorama da safra 2020/2021 em relação ao enfezamento, aspectos morfológicos, entre outros. Também aprofundou questões sobre o Monitora Milho SC, argumentando que o programa é fundamental para a tomada de decisões (adoção de controle químico), efetividade de manejo na próxima safra e estudo de distribuição espaço-temporal do vetor e da doença. Segundo ele, são disponibilizados boletins semanais com informações sobre a incidência do inseto-vetor em diversos pontos monitorados em Santa Catarina. O boletim é destinado aos produtores de milho e técnicos que atuam com esta cultura. Quem perceber que sua região está com a presença de insetos infectivos, poderá procurar o escritório da Epagri em seu município para obter as recomendações adequadas de manejo, levando em consideração as boas práticas recomendadas. Ribeiro também trouxe dicas para de manejo da cigarrinha e dos enfezamentos do milho. Confira: Elimine o milho voluntário (figueira) e manter o campo sem plantas daninhas; Não semeie ao lado de figueiras adultas apresentando sintomas de enfezamento; Utilize cultivares de milho com maior tolerância aos enfezamentos; Utilize sementes de milho certificadas e tratadas com produtos registrados; Respeite o período de semeadura do milho para cada região; Monitore a presença da cigarrinha entre as fases VE – V8 e aplique os métodos de controle recomendados; Rotacione os modos de ação para evitar resistência; Controle a qualidade da colheita e evite a perda de espigas e grãos; Transporte corretamente o milho colhido; Faça rotação de cultivos e evite a semeadura sucessiva de gramíneas. Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

Especialistas recomendam estratégias tecnológicas para mitigar falta de água em soja

Nas últimas três safras, somente o Rio Grande do Sul e o Paraná, segundo e terceiro maiores produtores brasileiros de soja, atrás do Mato Grosso, deixaram de produzir mais de 15 milhões de toneladas de soja, o que resultou em prejuízo econômico na ordem de U$ 8 bilhões, considerando-se o valor de U$ 500,00 a tonelada, segundo levantamento feito pela Embrapa. O que vem motivando a quebra na safra de soja no Sul do País é a deficiência de água para que as plantas se desenvolvam plenamente. “Percebemos que a soja pode até suportar temperaturas mais altas, mas, quando há restrição de água, o dano para planta é muitas vezes irreversível”, avalia o pesquisador da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias. O pesquisador enfatiza a necessidade de uma mudança comportamental em todos os setores com o intuito de preservar a água e mitigar a falta dela. Entre as ações de mitigação no processo de produção agrícola, Farias cita as reconhecidas práticas de manejo e conservação do solo e da água, a diversificação de culturas, a utilização do plantio direto na palha, a preservação de nascentes, rios e margens de rios (para aumentar a captação e recarga do perfil do solo e para evitar assoreamento), a adoção de boas práticas de cobertura do solo (para reduzir a evaporação e facilitar a infiltração de agua, diminuindo o escorrimento superficial que causa erosão), as práticas de sequestro de carbono, o respeito ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), entre outras. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com o início da primavera, em 2021, o clima passa a sofrer influência do fenômeno La Niña, que poderá impactar também a safra de verão, por causa da irregularidade de chuvas e da indisponibilidade de água. Enquanto a variabilidade do clima é responsável por aproximadamente 50% da oscilação de produtividade das culturas agrícolas, os aspectos relacionados à genética e ao manejo da cultura e do solo, respondem pelos outros 50%. “Portanto, há uma série de tecnologias agronômicas a serem adotadas, em curto, médio e longo prazos, para minimizar os efeitos dos veranicos sobre a soja, assim como outros eventos climáticos adversos que têm se tornado frequentes e mais intensos”, completa Farias. Estratégias de mitigação Para atenuar o impacto da seca, Farias, cita, por exemplo, o ajuste fitotécnico das cultivares, por meio da adoção de variedades adaptadas para cada região, com diferentes ciclos e semeadas, de forma escalonada, para aumentar as chances de escape das lavouras em relação à incidência de veranicos na fase de enchimento de grãos. “Chamamos de estratégia de escape para reduzir os prejuízos, porque se você planta a mesma cultivar em toda a lavoura e não escalona a semeadura é mais difícil diluir os riscos, se houver algum problema climático”, explica Farias O pesquisador também diz ser preciso ficar atento à definição de épocas de semeadura com menor risco de ocorrência de falta de água de acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes à seca. Apoio da biotecnologia Além das estratégias de manejo, o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes à seca também é uma ferramenta que pode contribuir na mitigação dos efeitos da seca na cultura da soja. No entanto, a pesquisadora Liliane Mertz-Henning explica que tolerância à seca é governada por um grande número de genes, o que dificulta a introdução dessa característica por meio do melhoramento genético clássico. Neste sentido, pesquisas da Embrapa Soja, desenvolvidas em colaboração com institutos de pesquisa do Japão (Universidade de Tóquio, Riken, Japan International Research Center for Agricultural Sciences (Jircas)) mostram que as ferramentas biotecnológicas podem contribuir com o aumento da tolerância à seca em soja. Por meio da manipulação genética, os pesquisadores conseguiram introduzir um gene – isolado da planta Arabidopsis thaliana – que torna a planta mais tolerante à seca. “Essas plantas foram testadas em condições de casa-de-vegetação e campo com resultados promissores, mostrando que as plantas transgênicas apresentam maior estabilidade de rendimento frente ao estresse. No entanto, os aspectos regulatórios associados aos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) dificultam a disponibilização dessas tecnologias no mercado”, explica Henning. Segundo ela, ferramentas como a edição gênica que visa alterar de forma precisa genes da própria espécie, são uma alternativa promissora para contornar essas limitações. “Estudos por meio de edição gênica (CRISPR/Cas) visam gerar plantas mais tolerantes à seca e que possam ser consideradas como não-OGMs já estão sendo desenvolvidos e contribuirão para ampliar a disponibilidade de cultivares mais tolerantes no mercado”, exemplifica. A importância do Zarc O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é uma ferramenta de análise do risco derivado da variabilidade climática e que considera as características da cultura e do solo. Seu objetivo é reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do País, a cultura e os diferentes tipos de solos. “Recomendamos evitar as regiões e épocas reconhecidamente de maior risco de seca para minimizar as perdas”, destaca Farias. O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude). O acesso à ferramenta pode ser feito no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária (SP), que está disponível nas lojas de aplicativos iOS e Android. Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” e nas portarias de Zarc por Estado (). Diversificação de culturas e manejo do solo Entre as principais estratégias recomendadas para contornar o problema é a diversificação de culturas e a adoção de práticas de manejo do solo que melhorem a construção de perfil do solo para aumentar o armazenamento, o enraizamento em profundidade, a maior infiltração de água e o menor escorrimento superficial. O pesquisador Henrique Debiasi ressalta que o consórcio de milho com braquiária é uma alternativa de diversificação que traz pouca mudança no sistema operacional, mas que traz grande impacto à qualidade dos sistemas de produção. A consorciação de milho com a braquiária é o primeiro passo para minimizar os efeitos da compactação do solo que, entres outros malefícios, atrapalha a infiltração de água. “Ao introduzir a braquiária no sistema produtivo, há aumento de palhada na superfície do solo e as raízes da braquiária funcionam como descompactadoras para melhorar a infiltração de água”, explica Debiasi. Levantamento desenvolvido pela Embrapa, pelo IDR-PR e pela cooperativa Cocamar demonstraram que áreas do Paraná cultivadas há vários anos com a sucessão milho segunda safra-soja apresentaram, em média, 20 milímetros por hora de infiltração de água. Por outro lado, áreas cultivadas com milho consorciado com braquiária têm demonstrado que existe um ganho de 20 mm/hora na taxa de infiltração para cada ano de uso do consórcio. Assim, para áreas com mais de cinco anos de uso desse consórcio, a taxa de infiltração ultrapassa 100 mm/hora. Isso traz um grande impacto na conservação do solo e da água uma vez que, ao aumentar a taxa de infiltração, se diminui drasticamente a água que escoa na superfície do solo, reduzindo o potencial erosivo. Os sistemas diversificados também são mais lucrativos. Por quatro safras, o pesquisador Henrique Debiasi contabiliza, em experimento na Embrapa Soja, a produtividade da soja depois do milho solteiro e depois do consórcio do milho com braquiária. No início da safra 2020/2021, por exemplo, houve um forte déficit hídrico no experimento em Londrina (PR) e, mesmo assim, a soja plantada depois do consórcio do milho com braquiária apresentou rendimento 10% superior quando comparada com a soja pós milho solteiro. “Nessa condição, a soja sobre a braquiária se beneficiou da condição de solo com mais umidade, com menor temperatura em virtude da palhada e do trabalho feito pelas raízes da braquiária”, detalha Debiasi. O pesquisador explica que a palhada da braquiária reduz a evaporação de água e mantém o solo em temperatura adequada para o crescimento das raízes da soja. Porém, o mais importante é o trabalho feito pelas raízes da braquiária torna o solo mais fértil. “Do ponto de vista físico, as raízes abrem os poros do solo facilitando a infiltração e o armazenamento de água e ajudam para que as raízes da soja consigam crescer em profundidade para buscar mais água”, relata. Programa SBC Os especialistas recomendam ainda a adoção de práticas que favoreçam o sequestro de carbono na produção de soja, o que é uma ação de mitigação para reduzir os gases de efeito estufa. A Embrapa Soja apresentou em 2021 a iniciativa doo Programa Soja Baixo Carbono (SBC), que está reunindo diversos atores da cadeia produtiva para definir as etapas de construção da iniciativa a ser concluída em 2023. “O objetivo é que o Programa SBC ateste a sustentabilidade da produção de soja brasileira, tornando tangíveis aspectos qualitativos e quantitativos do grão, produzido com tecnologias e práticas agrícolas que reduzam a intensidade de emissão de gases de efeito estufa (GEEs)”, enfatiza o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. O Programa SBC permitirá a identificação da soja produzida sob um conjunto de práticas culturais e de tecnologias, que tornem o processo mais eficiente – por unidade de carbono equivalente (C-CO2) emitida – em relação ao que existe disponível no mercado global. “É importante ressaltar que a SBC buscará fomentar a redução das emissões de GEEs sem deixar em segundo plano o aumento de produtividade, necessário para atender à crescente demanda mundial pelo grão”, ressalta. De acordo com Nepomuceno, o conceito está sendo pautado na mensuração dos benefícios e na certificação das práticas de produção que comprovadamente tenham baixa emissão de GEEs. O Programa SBC utilizará uma metodologia brasileira, baseada em protocolos científicos validados internacionalmente, a partir de critérios objetivamente mensuráveis, reportáveis e verificáveis. A certificação da soja brasileira será voluntária, privada e de empresas especializadas (certificação de 3ª parte). A definição dos princípios, diretrizes, critérios, práticas agrícolas e indicadores a serem seguidos para produção da SBC será conduzida, sob a coordenação de um comitê gestor, e seguirá padrões internacionais de preparação de normas. “A construção metodológica do Programa SBC está envolvendo o levantamento, análise e compilação de dados científicos disponíveis na literatura, com a posterior discussão e validação públicas”, comenta Nepomuceno. Soja e água De acordo com Farias, as mudanças climáticas têm trazido elevação de temperatura, o que amplia a demanda da planta por água. A tendência é de secas mais frequentes e de chuvas torrenciais, em maior intensidade, ou seja, com distribuição deficitária ao logo da safra. Para produção agrícola, além de volume de chuva adequado, é necessário boa distribuição ao longo do ciclo. “Quando chove muito e o solo não está preparado para a descarga de água, perde-se água e solo por escorrimento, causando erosão”, explica. Atualmente mais de 95% da soja brasileira é cultivada em regime de sequeiro (sem irrigação). No caso da soja, a necessidade de água pela planta durante a floração e o enchimento de grãos é de cerca de oito milímetros por dia. “Essa exigência pode ser maior ou menor em função da temperatura. Se a temperatura sobe, a planta precisa de mais água”, detalha Farias. Aproximadamente 90% do peso da planta de soja é formado por água, que desempenha inúmeras funções como reagente (na hidrólise) solvente (permite que gases, minerais e outros componentes entrem nas células e caminhem pela planta), e turgescência, por exemplo. “A água tem, ainda, papel importante no balanço energético da planta, ou seja, na manutenção e na distribuição do calor”, ressalta o pesquisador da Embrapa Norman Neumaier. A soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20°C e 30ºC e a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30°C. O pesquisador explica que a necessidade de água na cultura da soja, para obtenção do máximo produtividade, varia entre 450 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas e de solo, do manejo da cultura e da duração do ciclo. Segundo Neumaier, todo o desenvolvimento da planta é afetado pela disponibilidade de água. A semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50% de seu peso em água para assegurar boa germinação. Além de afetar a germinação e a emergência da planta, a falta de água interfere no rendimento da lavoura, quando atinge principalmente o período de floração e o enchimento de grãos. As chances de reversão do aumento médio de 1,5ºC na temperatura no planeta nos próximos 20 anos é baixa, de acordo com o relatório divulgado, neste semestre, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Segundo o documento, os eventos serão mais extremos, com chuvas e secas mais frequentes, intensas e prolongadas. “Por isso, é urgente buscarmos alternativas para o melhor aproveitamento da água em todos os setores. Nosso recurso mais vital no futuro próximo será a água”, ressaltam os pesquisadores. Fonte: Embrapa Soja

Plantio de soja alcança 38,5% da área estimada para a safra 2021/22, mostra levantamento da DATAGRO

Levantamento realizado pela Consultoria DATAGRO mostra que o plantio da safra 2021/22 de soja no Brasil apresentou forte avanço na semana encerrada em 22 de outubro, tendo atingido a média nacional de 38,5% da área esperada, avanço de 14,1% sobre os 24,4% da semana anterior. Esse ritmo ficou abaixo dos 14,2% em igual momento de 2020, no entanto, bem acima dos 10,6% da média dos últimos cinco anos. “Mantivemos um quadro de chuvas intercaladas com períodos de sol em toda a região produtora, o que favoreceu os trabalhos de cultivo e também o bom desenvolvimento das lavouras já implantadas, com chuvas se regularizando aos poucos em toda a região produtora”, diz Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO. Semeadura do milho de verão na região Centro-Sul do Brasil O levantamento da DATAGRO também indica que a semeadura do milho de verão da safra 2021/22 no Centro-Sul do Brasil andou de forma muito satisfatória na semana encerrada em 22 de outubro, seguindo muito adiantada em relação ao padrão normal. De acordo com a consultoria, 68,9% da área total esperada para a região já está semeada, ante 56,6% na semana anterior. O avanço semanal foi de 12,3%, bem acima dos 10,2% em igual momento do ano passado e dos 7,6% da média dos últimos 5 anos. O fluxo também está superior aos 53,0% de 2020 e dos 51,2% da média normal. Os produtores brasileiros encerram mais uma semana com sentimento bastante positivo para a nova safra, devido ao ritmo acelerado dos trabalhos de semeadura – sendo favorável à implantação da nova safra de milho de inverno – e pela manutenção de umidade adequada na maior parte da região de produção. “O excesso de umidade observado em alguns pontos da região Sul, gerando algum replantio, ainda não é fator para trazer expectativa de perdas mais expressivas. Por outro lado, continua a preocupação com as previsões de retração no volume de chuvas no Centro-Sul do Brasil a partir do mês de novembro”, analisa França Junior. Fonte: DATAGRO

Boi gordo: escalas confortáveis em São Paulo

Nas praças paulistas, os compradores abriram mais um dia derrubando a cotação do boi gordo em R$2,00/@ e R$4,00/@ para a vaca e novilha gordas, na comparação feita dia a dia.

Assim, o boi gordo ficou cotado em R$263,00/@, a vaca em R$255,00/@ e a novilha em R$269,00/@, preços brutos e a prazo.

Na região Oeste do Maranhão, a cotação do boi gordo caiu 1,9% em relação ao fechamento de terça-feira (26/10), ou R$5,00/@, e ficou cotada em R$263,00/@, considerando o preço bruto e a prazo, R$262,50/@, com desconto do Senar, e R$259,00/@ com desconto do Funrural e Senar.

Fonte: Scot Consultoria