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Açúcar: mercado reavalia balanço global de oferta e demanda

18 dezembro 2020

A alta anterior nos preços do produto foi baseada em projeções da Organização Internacional do Açúcar (OIA), as quais indicavam um déficit no abastecimento da ordem de 3,5 milhões de toneladas na safra 2020/21, apesar da crise do novo coronavírus. No entanto, a retomada das restrições por causa da segunda onda de covid-19 deve pesar sobre a demanda novamente, o que significa que muitos participantes do mercado decidiram realizar lucros. Em contrapartida, “embora o Brasil tenha alcançado um recorde de produção em 2020/21, a temporada de processamento está mais ou menos concluída e outros fornecedores, como Tailândia e União Europeia, tiveram colheitas decepcionantes. Além disso, a Índia ainda não decidiu se vai subsidiar suas exportações, ao contrário dos anos anteriores”, argumenta a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, em comentário diário enviado a clientes. Mas a seca no Brasil foi amenizada pelas chuvas, o que melhorou as perspectivas para 2021/22. O Commerzbank cita dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apontam um aumento de 40% na produção de açúcar. “Mesmo que um déficit global de açúcar se materialize, o que em todo caso é polêmico, provavelmente seria menor do que o esperado”, afirma Michaela Kühl. Para a sessão de hoje, a analista destaca que “o preço pode ser impulsionado pelo fato de o diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) vislumbrar uma queda significativa da produção durante a próxima safra, que começa em abril”. As condições de seca no Centro-Sul do Brasil, nos últimos meses, provavelmente terão efeitos colaterais, pelo menos na primeira parte da nova temporada, na forma de rendimentos mais baixos, conclui a analista do Commerzbank Fonte: Broadcast Agro