Notícia
Brasil quer mais ferrovias e hidrovias
18 agosto 2020A ministra da Agricultura, Tereza Cristina e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, conversaram sobre os desafios da logística para o agronegócio em uma live nesta quinta-feira (13). Com a expansão do setor no Brasil,com safras recorde, a necessidade de infraestrutura de escoamento de safra ficou ainda maior. O ministro é otimista e acredita que as obras que estão em andamento vão ter efeitos significativos em cinco ano quando projetou que “o Custo Brasil irá desabar”. Progresso passa por ferrovias Entre essas obras está a ampliação da malha ferroviária. A meta é dobrar a participação do modal em oito anos no transporte de cargas. No ano passado a primeira ferrovia a ser leiloada foi a Norte-Sul. O trecho tem 1.537 km e vai de Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela d’Oeste, em São Paulo. Os investimentos são na casa de R$ 2,7 bilhões. Em maio foi renovada a concessão da Malha Paulista. São esperados mais de R$ 6 bilhões de investimentos em obras, trilhos, vagões e locomotivas. O sistema ferroviário da Malha Paulista tem 1.989 quilômetros de extensão entre Santa Fé do Sul/SP – na divisa com o Mato Grosso do Sul – e o Porto de Santos/SP. A Ferrogrão, que liga Sinop (MT) a Miritituba (PA) deve ter a licitação lançada até o final deste ano. São esperados investimentos de R$ 8,4 bilhões no projeto de concessão. Com 933 quilômetros de extensão, tem papel estruturante para o escoamento da produção de milho, soja e farelo de soja do Estado do Mato Grosso, prevendo-se ainda o transporte de óleo de soja, fertilizantes, açúcar, etanol e derivados do petróleo. Sua implementação consolidará o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo Arco Norte, ligando o Norte de Mato Grosso até o porto paraense. Em julho o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a renovação da concessão das ferrovias administradas pela Vale em Minas Gerais e no Pará. Com isso a empresa deve construir a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), o que resultará em um investimento em Mato Grosso de R$ 4 bilhões. O projeto liga o município de Campinorte (GO) até Lucas do Rio Verde (MT), com mais de 518 km de ferrovia. “A gente precisa responder a esse desafio que o agro nos impõe, para acabar com aquela máxima de que ‘somos eficientes da porteira para dentro e ineficientes da porteira para fora’. Vamos ter que ser eficientes da porteira para fora também. Não temos alternativa, porque vamos cada vez mais sofrer a competição do resto do mundo e temos que melhorar muito nossa logística”, afirmou o ministro. Tereza Cristina ressaltou a importância da ampliação da capacidade de transporte das ferrovias e a interligação com os portos para o escoamento da safra de grãos, bem como fluxo de insumos e fertilizantes para os grandes estados produtores do país. “As oportunidades que vão surgir com tudo isso que será feito, o que vai gerar de emprego, de renda para quem vive no interior”. Transporte hidroviário O investimento em hidrovias também está nos planos. Tarcísio de Freitas lembrou que Medida Provisória 945, que altera a legislação portuária, também é um caminho. De acordo com ele, a MP, que já foi aprovada pelo Congresso Nacional, simplifica o processo de arrendamento de terminais. “A nossa missão é dar infraestrutura para aqueles que têm cadeias verticalizadas, que precisam ter um cais e ter acesso portuário. Não faz sentido ter um processo super lento para viabilizar esse acesso portuário”, disse. Até o fim deste ano o governo deve fazer 11 leilões de arrendamento portuário. No ano passado, foram realizados 13 leilões. Também estão previstos investimentos na Hidrovia do Paraguai, que movimenta cerca de três milhões de toneladas de produtos, e irá receber serviços de dragagem, sinalização e balizamento. Na cabotagem, navegação entre portos ou pontos da mesma costa de um país, a estratégia é reduzir o custo da navegação. O projeto de lei do Programa de Incentivo à Cabotagem, chamado ‘BR do Mar’, apresentado pelo governo ao Congresso Nacional quer aumentar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos e dobrar o volume de contêineres transportados. Fonte: Agrolink