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Em agosto, IBGE prevê alta de 4,2% na safra de grãos de 2020

14 setembro 2020

A estimativa de agosto de 2020 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas foi de 251,7 milhões de toneladas e se manteve no patamar recorde na série histórica do IBGE, ficando 4,2% (mais 10,2 milhões de toneladas) acima da safra 2019 (241,5 milhões de toneladas) e 0,5% superior (mais 1,2 milhão de toneladas) à estimativa de julho. A área a ser colhida foi de 65,2 milhões de hectares, com alta de 3,1% (mais 1,9 milhão de hectares) frente à área colhida em 2019. Em relação ao mês anterior, o crescimento foi de 0,4% (271,4 mil hectares). O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos do grupo, somam 92,3% da estimativa da produção e 87,2% da área a ser colhida. Em relação a 2019, houve acréscimos de 3,0% na área do milho (mais 3,3% na primeira safra e 2,9% na segunda); de 3,5% na área da soja e de 0,1% na área do algodão herbáceo, com queda de 1,5% na área de arroz. Na produção, estimam-se altas de 6,6% para a soja, de 7,2% para o arroz e de 0,3% para o algodão, bem como decréscimo de 0,4% para o milho (mais 2,1% na primeira safra e menos 1,2% na segunda). Para a soja foi estimada uma produção de 121,0 milhões de toneladas; para o milho, de 100,2 milhões de toneladas (26,5 milhões de toneladas na primeira safra e 73,7 milhões de toneladas na segunda); para o arroz, de 11,0 milhões de toneladas e, para o algodão, de 6,9 milhões de toneladas. Em relação ao mês anterior, houve aumentos nas estimativas da produção da batata-inglesa 2ª safra (1,8% ou 20,5 mil toneladas), cana-de-açúcar (1,2% ou 8,5 milhões de toneladas), do café arábica (1,1% ou 29,4 mil toneladas), do milho 2ª safra (0,8% ou 606,2 mil toneladas), da soja (0,7% ou 838,2 mil toneladas) e do café canephora (0,6% ou 5,6 mil toneladas). Por outro lado, são previstos declínios na produção do trigo (-2,1% ou 153,0 mil toneladas), do feijão 1ª safra (-1,4% ou 18,7 mil toneladas), da batata-inglesa 3ª safra (-0,8% ou 5,6 mil toneladas), do feijão 2ª safra (-0,6% ou 6,5 mil toneladas) do milho 1ª safra (-0,6% ou 166,0 mil toneladas) e da batata-inglesa 1ª safra (-0,0 ou 317 toneladas). Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com participação de 28,6%, seguido pelo Paraná (16,2%), Rio Grande do Sul (10,7%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (8,0%) e Minas Gerais (6,1%), que, somados, representaram 79,9% do total nacional. As altas nas estimativas da produção, em relação a julho, ocorreram no Mato Grosso do Sul (418,9 mil toneladas), Goiás (339,4 mil toneladas), Minas Gerais (209,6 mil toneladas), Bahia (1781 mil toneladas), Sergipe (98,2 mil toneladas), Distrito Federal (21,0 mil toneladas), Maranhão (6,5 mil toneladas) e Pará (494 toneladas). Já as negativas, no Paraná (menos 28,6 mil toneladas), em Pernambuco (menos 21,0 mil toneladas), Ceará (menos 18,8 mil toneladas), Paraíba (menos 18,8 mil toneladas), Tocantins (menos 5,3 mil toneladas), Alagoas (4, 3 mil toneladas), Rio Grande do Norte (menos 1,5 mil toneladas), Espírito Santo (menos 267 toneladas) e Rio de Janeiro (menos 65 toneladas). Entre as regiões, o Centro-Oeste participa com 47,2% (118,8 milhões de toneladas); o Sul, 29,5% (74,3 milhões de toneladas); o Sudeste, 10,2% (25,8 milhões de toneladas); o Nordeste, 8,8% (22,2 milhões de toneladas) e o Norte, 4,3% (10,8 milhões de toneladas). Apresentaram aumento na produção: Centro-Oeste (6,5%), Região Norte (9,6%), Região Nordeste (15,0%) e Região Sudeste (8,8%). Apenas o Sul apresentou declínio (3,8%). Destaques na estimativa de agosto de 2020 BATATA-INGLESA (tubérculo) A produção brasileira deve alcançar 3,5 milhões de toneladas, crescimento de 0,4% em relação ao mês anterior. Destaque positivo para Minas Gerais, o maior produtor nacional do tubérculo (35,2% do total) e reavaliou para 1,9% superior sua estimativa de produção, considerando-se as três safras do produto. Já em relação à 2019, a estimativa da produção total da batata-inglesa apresentou declínio de 10,2%, impactada por quedas nos estados de São Paulo (-31,1%), Rio Grande do Sul (-19,5%) e Goiás (-25,8%). A 1ª safra, com uma produção de 1,7 milhão de toneladas, apresentou declínio de 317 toneladas (-0,0%), em relação ao mês anterior e de 2,5% em relação a 2019. A queda foi puxada, principalmente, pelo Rio Grande do Sul (-19,8%), apesar das altas em Minas Gerais (1,8%), Santa Catarina (6,1%) e Paraná (4,0%). Para a 2ª safra a produção foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, crescimento de 1,8% em relação a julho, sendo que Minas Gerais foi responsável pela quase totalidade desse aumento, estimando aumento de 4,8% em sua produção do tubérculo. Mas, comparada a 2019, a estimativa da produção da 2ª safra foi 4,9% inferior, com declínios mais expressivos da produção em Minas Gerais (-6,8%), Paraná (-4,7%) e Rio Grande do Sul (-18,0%), enquanto, em Santa Catarina, a produção cresceu 3,9%. E, para a 3ª safra, a estimativa da produção encontra-se em 667,6 mil toneladas, queda de 0,8% em relação ao mês anterior, e de 30,5% em relação a 2019. São Paulo e Goiás foram os destaques negativos, informando, respectivamente, declínios de 66,0% e 25,8% em suas estimativas de produção em relação a 2019. Em Minas Gerais, a produção apresentou aumento de 16,8%. CAFÉ (em grão) A estimativa da produção brasileira de café foi de 3,6 milhões de toneladas, ou 59,6 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 1,0% em relação ao mês anterior e de 19,4% em relação a 2019, sendo recorde da série histórica do IBGE. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,7 milhões de toneladas, ou 45,0 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 1,1% em relação ao mês anterior, sendo recorde da série histórica do IBGE. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção apresentou crescimento de 30,4%, devido à bienalidade positiva da safra. A maior variação do mês coube ao Espírito Santo, terceiro maior produtor nacional (8,0% do total) com produção estimada em 216,3 mil toneladas, alta de 7,0% em relação a julho e de 42,9% em relação a 2019. Em Minas Gerais, principal produtor (71,6% do total), a estimativa da produção, de 1,9 milhão de toneladas cresceu 30,5% em relação a 2019. Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção, de 875,0 mil toneladas, ou 14,6 milhões de sacas de 60 kg, apresenta crescimento de 0,6% em relação a julho e de 5,2% em relação ao ano anterior. CANA DE AÇÚCAR A produção brasileira deve alcançar 692,0 milhões de toneladas, crescimento de 1,2% em relação ao mês anterior. O Mato Grosso do Sul, quarto maior produtor nacional (8,9% do total) foi o estado que apresentou a principal variação na produção esse mês com um aumento de 19,4%. Em São Paulo, maior produtor nacional (51,1% do total), o clima seco tem favorecido a colheita e o esmagamento da cana, que tem apresentado bom rendimento no estado, impulsionando alta de 2,6% na produção em relação a 2019. Contudo, a permanência da falta de chuvas pode prejudicar a produtividade dos canaviais na safra 2021. FEIJÃO (em grão) A estimativa da produção nacional, considerando as três safras do produto, foi de 3,0 milhões de toneladas, aumento de 1,2% em relação ao mês anterior. Os maiores produtores, somadas as três safras, são Paraná com 20,0% de participação na produção nacional, Minas Gerais com 19,8%, Goiás com 10,9% e Bahia com 10,8%. Frente a 2019, as estimativas para a área a ser colhida e para a safra foram reduzidas em 4,3% e 2,9% respectivamente. Mas houve aumento de 1,5% na estimativa do rendimento médio. A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, declínio de 1,4% frente à estimativa de julho (menos 18,7 mil toneladas). Os destaques negativos couberam à Paraíba, com uma redução de 12,4% na produção e ao Ceará (-8,5%) e Pernambuco (-8,4%). A 1ª safra do produto participa com 44,5% da produção total de feijão em grão. Em relação a 2019, houve alta de 2,3% na produção e os destaques positivos foram: Paraná (alta de 29,4%), o Ceará (15,2%), a Paraíba (65,7%), Pernambuco (149,9%), Minas Gerais (10,3%) e Piauí (6,0%). Já os negativos foram Bahia (queda de 21,4%), em Santa Catarina (-13,8%), em São Paulo (-23,2%), em Goiás (-13,7%) e no Mato Grosso (-88,6%). A 2ª safra de feijão, que representa 34,8% do total da produção, foi estimada em 1,0 milhão de toneladas, redução de 0,6% frente à estimativa de julho. Paraíba (-34,3%) e Alagoas (-36,3%) tiveram as maiores quedas e o Paraná teve alta (3,6%). Já quanto à variação anual, a produção deve ter queda de 12,1%. Destaques negativos para Goiás (-33,7%), Rio Grande do Sul (-22,4%), Paraná (-26,3%), São Paulo (-31,5%), Minas Gerais (-13,2%), Pernambuco (-79,6%) e Tocantins (-24,2%). Por outro lado, a Bahia deve produzir 56,6% a mais. As maiores estimativas de produção, para essa safra foram do Paraná (26,2%), da Bahia (18,0%) e de Minas Gerais (17,0%). Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 611,6 mil toneladas, aumento de 10,8% frente ao mês de julho. Destaque para Minas Gerais (mais 28,3%) e para o Distrito Federal (91,0%) na estimativa de produção. Já em relação a 2019, a estimativa da produção aumentou 3,9%, com destaques positivos para Minas Gerais (32,0%), Goiás (18,8%), Distrito Federal (65,3%) e Mato Grosso do Sul (207,8%) e negativos para Mato Grosso (10,0%) e São Paulo (53,5%). MILHO (em grão) Em relação à última informação, a estimativa da produção cresceu 0,4%, totalizando 100,2 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção encontra-se 359,9 mil de toneladas menor (-0,4%), com queda de 3,3% no rendimento médio, embora haja aumentos de 2,6% na área a ser plantada e de 3,0% na área a ser colhida. A primeira safra deve participar com 26,5% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 73,5%. Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 26,5 milhões de toneladas, declínio de 0,6% em relação ao mês anterior. Em relação a 2019, a produção foi 2,1% maior, havendo incrementos de 1,7% na área plantada e declínio de 1,2% no rendimento médio. A produção gaúcha declinou 27,7% em decorrência de uma forte estiagem, que fez com que o Rio Grande do Sul deixasse de figurar como o maior produtor de milho dessa safra, sendo ultrapassado por Minas Gerais. A produção mineira foi de 4,8 milhões de toneladas, enquanto a gaúcha ficou em 4,2 milhões de toneladas. A demanda crescente pelo cereal, com o aumento nas exportações de carne (já que o milho é o principal componente das rações dos suínos e aves), manteve os preços em patamares elevados, contribuindo para aumentar os investimentos nas lavouras. Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 73,7 milhões de toneladas, crescimento de 0,8% em relação ao mês anterior. Os aumentos mais significativos das estimativas da produção foram informados por Sergipe (13,5%), Bahia (29,7%), Minas Gerais (4,0%), Goiás (4,5%) e Paraná (1,9%). Contudo, houve declínio da produção do Mato Grosso do Sul (-4,1%). Com a colheita em sua fase final na Região Centro-Oeste, os produtores têm se deparado com um rendimento maior por hectare, fruto dos maiores investimentos realizados em tecnologia de produção e das condições climáticas. Mesmo assim, na comparação com o ano anterior, a produção do milho 2ª safra apresenta declínio de 1,2%, mas cabe ressaltar que a produção brasileira de milho 2ª safra, em 2019, foi recorde da série histórica do IBGE, constituindo-se, portanto, em uma base de comparação elevada. SOJA (em grão) A produção de soja de 2020 é mais um recorde da série histórica do IBGE, tendo totalizado 121,0 milhões de toneladas, o que representa aumento de 6,6% em relação à safra do ano anterior e de 0,7% em relação ao mês anterior. O Mato Grosso do Sul se destacou na comparação com julho, informando aumento de 7,5% na produção. Por outro lado, a produção gaúcha declinou 39,3% em relação a 2019, devido a uma estiagem prolongada no estado entre dezembro de 2019 e maio de 2020. A escassez de chuvas influenciou diretamente o rendimento médio do grão, que deve ficar próximo de 1.883 quilos por hectare, queda de 40,7% na comparação com a média estadual de 2019 (3.178 kg/há). TRIGO (em grão) A estimativa da produção do trigo (7,2 milhões de toneladas) caiu 2,1% em relação ao mês anterior, mas subiu 38,0% em relação a 2019. A região Sul deve responder, em 2020, por 90,0% da produção tritícola nacional. No Paraná, maior produtor desse cereal (48,1% do total nacional), a produção foi estimada em 3,5 milhões de toneladas, decréscimo de 5,7% em relação ao mês anterior, mas crescimento de 62,9% em relação a produção de 2019. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor (39,6% do total), deve produzir 2,9 milhões de toneladas, crescimento de 25,1% em relação a 2019. Fonte: IBGE