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ESTRESSE TÉRMICO: QUAIS OS IMPACTOS CAUSADOS NA PRODUÇÃO LEITEIRA E A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO

6 dezembro 2019

O estresse térmico, seja pelo frio ou pelo calor, acarreta um impacto muito grande sobre o desempenho das vacas. Com o avanço das tecnologias e acesso às informações, os produtores de leite brasileiros têm dado maior atenção ao rebanho neste quesito. A condição de estresse térmico nas vacas ocorre devido às temperaturas altas encontradas em países tropicais, como o Brasil. Durante todo o ano, o rebanho pode ser impactado pelo clima, inclusive no inverno. Por isso, os produtores começaram a perceber que resfriar os animais é imprescindível e tem um impacto positivo na produtividade, principalmente na pesagem de leite. O que é? O estresse térmico pelo calor é uma condição de desconforto que pode ser observada pelo aumento da frequência respiratória (acima de 60 movimentos respiratórios por minuto) e o aumento da temperatura retal (acima de 39oC) do animal. Por isso, as fazendas têm adotado alguns mecanismos para garantir o conforto térmico para o rebanho, como os sistemas de resfriamentos, que podem ser direto ou indireto. No sistema de resfriamento direto, os animais são separados em lotes e colocados numa estrutura, de duas a três vezes ao dia, para serem umedecidos por um aspersor de água de baixa pressão, por cerca de 30 a 45 minutos. Os animais são molhados com gotas grossas, em ciclos de três a cinco minutos. Depois disso, eles passam por um ciclo de ventilação e é quando eles têm suas temperaturas resfriadas devido à evaporação da água. Com o ventilador constantemente ligado nessa estrutura, a umidade que está cobrindo os animais é evaporada, levando o calor que estava na superfície do animal, resfriando-o. Já o mecanismo de resfriamento indireto é o conhecido galpão de resfriamento: uma sala fechada e totalmente climatizada, em que o ambiente fica com a temperatura controlada (“cross ventilation” ou túnel de vento) em torno de 15oC. Quais os efeitos negativos do estresse térmico? Durante a lactação, se o animal está sob estresse térmico há uma queda de consumo de alimento. E se o animal come menos, consequentemente, há uma queda de produção. Isso pode ser facilmente observado quando se compara a produção de leite em meses de verão e inverno. Em fazendas que não fazem o resfriamento dos animais, os pecuaristas notam que o rebanho produz mais em meses com temperaturas mais baixas. Já nas propriedades equipadas com sistemas de resfriamento, a média anual de produção de leite fica mais homogênea ao longo de todo o ano. Outro ponto a estar atento é no período de transição. Estudos apontam que as bezerras nascidas de vacas que sofreram estresse térmico durante o período seco nascem em média com cinco quilos a menos do que as bezerras nascidas de vacas que tiveram conforto térmico. Também há trabalhos que apontam que as vacas sob estresse térmico durante o período de transição têm um grande comprometimento do seu sistema imunológico, com aumento da chance de serem acometidas por doenças infecciosas e metabólicas. Por isso, é preciso estar atento e adotar medidas para garantir conforto ao rebanho. No entanto, não basta apenas adotar mecanismos de resfriamentos sem saber se a ferramenta está sendo eficiente. A importância do monitoramento animal Os sistemas de monitoramento da Allflex, seja ele via colar cSense no pescoço do animal ou brinco eSense, são importantes aliados do produtor. A tecnologia capta a frequência respiratória de cada animal e, de forma individualizada, é capaz de identificar a condição térmica de um determinado grupo, mensurando ao produtor, por meio de gráficos, qual é a porcentagem de vacas sob estresse térmico. Com a adoção do monitoramento, o produtor passa a tomar decisões assertivas e consegue saber, por exemplo, qual momento do dia os animais têm mais desconforto térmico e o melhor horário para fazer o resfriamento. Além de monitorar o estresse térmico, a tecnologia permite ainda correlacionar a ruminação, a atividade e a ofegação com aspectos, como o cio e a indicação do melhor horário para inseminação e antecipação de problemas de saúde. Há ainda outros meios para saber se o rebanho está sob estresse térmico, como o uso de termômetros intravaginais. No entanto, é uma medida que necessita de manejo, é mais trabalhosa e leva muito mais tempo. E, numa atividade com margens cada vez mais apertadas, quem investe em tecnologia, otimiza o tempo de trabalho e sai à frente para melhorar sua produtividade e manter um negócio com sustentabilidade. Por Anna Luiza Belli, médica-veterinária formada pela Escola de Veterinária da UFMG e pós-graduada pela mesma instituição em zootecnia, na área de produção animal. Coordenadora de território em Monitoramento da Allflex Brasil.

Fonte: Attuale Comunicação