Notícias

Fazendas de Mato Grosso, Rondônia e Pará formam região com maior produção de soja certificada RTRS do Brasil

3 novembro 2021

No Brasil, a maior região produtora de soja sustentável está formada pelos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará. Esta região possui 89 propriedades com o selo RTRS, com capacidade produtiva estimada em 1,7 milhão de toneladas do grão, que se destacam pela consolidação no mercado, longos anos de atuação e tetos produtivos muito expressivos.

Outra vantagem da região é a facilidade no escoamento da produção para a Europa, maior comprador do grão certificado RTRS e seus derivados como farelo e óleo de soja. “Hoje, a exportação rastreada para a Europa é feita principalmente pelos portos do Norte do país como Manaus, Itacoatiara, Santarém e Belém. Ou seja, todo o arco Norte beneficia a logística para países europeus e facilita a originação para as empresas compradoras que buscam por esta certificação”, explica Cid Sanches, consultor externo da RTRS no Brasil.

No campo, conscientes desta realidade, os agricultores adotam estratégias que potencializam a produção a cada ano, como é o caso na GGF, em Mato Grosso. Com área cultivada de 7 mil hectares de soja certificada RTRS, o grão não é mais visto apenas como commodity, segundo Paulo Motta, gerente de Recursos Humanos e Sustentabilidade da empresa. “Com a certificação conseguimos atingir novos mercados. A transparência da RTRS junto a rastreabilidade, abriu portas na Europa e o selo agregou valor ao preço da nossa soja”, comemora.

A GGF é uma empresa produtora de soja e milho, que há trinta anos tem seus negócios administrados em ambiente corporativo com foco em boas práticas, desenvolvimento tecnológico, responsabilidade social e ambiental. Pilares que ganharam ainda mais visibilidade após a certificação RTRS que acontece desde 2019. “Há muito tempo a GGF busca adequação das práticas e procedimentos nas unidades de produção e adequação à legislação ambiental. O processo de certificação junto à RTRS apesar de desafiador e levar a conformidade socioambiental a outro patamar, teve seus requisitos atendidos com satisfação, visto a constante busca e preocupação da GGF em atender os critérios socioambientais”, explica a Supervisora de Meio Ambiente da GGF, Fernanda Frasson.

A Fazenda Lagoa Dourada, do produtor Raul Santos Costa Neto, também em Mato Grosso, tem 1.500 hectares e produz 6.300 toneladas de soja com o selo RTRS conquistado em 2020. Raul conta que o processo de certificação foi tranquilo e que o engajamento dos colaboradores foi fundamental para que o processo de certificação acontecesse da melhor forma possível. “Sempre tive consciência de que o trabalho desenvolvido dentro da propriedade atende a todos os requisitos para qualquer certificação, por isso quando solicitei a auditoria RTRS enxergava com naturalidade a certificação”. Para o produtor, a certificação é uma forma de comprovar que sua fazenda produz soja de forma sustentável. “Essa é uma tendência crescente no mundo atual, onde a preocupação com o meio ambiente e a qualidade dos alimentos está em discussão nos quatro cantos do mundo. Por isso, o peso do selo RTRS é grande”, finaliza.

Filho e neto de pequenos agricultores, o sojicultor Romeu José Ciochetta, do Grupo Morena, em Mato Grosso, cultiva numa área com certificação RTRS de 9.500 hectares, com volume produtivo de 40 mil toneladas. Para ele, o processo de certificação, concluído em 2012, sempre foi visto com otimismo. “É uma oportunidade de melhoria na gestão da empresa como um todo, então é necessário que se faça com calma e cuidado pensando em todos os setores da corporação e também da cadeia. Nosso principal objetivo foi a melhoria contínua do nosso negócio, e também para termos um balizador de como estávamos diante de outros produtores e das exigências do mercado”, explica Ciochetta.

Segundo o agricultor, o selo RTRS no Grupo Morena teve impacto positivo no engajamento dos colaboradores, melhor gestão dos indicadores da atividade, redução de riscos de todas as naturezas e consequentemente melhor qualidade de vida para todos. “O RTRS nos fez visualizar melhorias necessárias e mudar maneiras e métodos de desenvolver nossa atividade. Além do retorno financeiro, da credibilidade e do alcance de mercados, melhoramos internamente em nossos processos”, reconhece.

Para Paulo Motta, da GGF, o agricultor brasileiro é responsável e cuida muito bem da sua área de produção. Porém, ressalta que para ser reconhecido no mercado, especialmente internacional, é preciso dar destaque ao que se faz da porteira para dentro. “Mostrar o que faço traz ganhos para o meu produto. O consumidor precisa saber que além de cumprir as leis trabalhistas e ambientais, que produzimos valorizando as pessoas, que produzimos cuidando das nossas áreas de preservação e recursos hídricos, que produzimos usando cada vez mais tecnologia, processos e rastreabilidade para aumentar nossa produção utilizando menos recursos naturais”, aconselha.

O cenário favorável da região para atender à demanda do grão certificado no mercado externo e os resultados alcançados nas fazendas com a adoção do selo RTRS, demonstram que a sustentabilidade com alta produtividade é uma realidade entre estados do Mato Grosso, Rondônia e Pará. Desta forma, a região segue como líder de produção nacional da soja responsável, enquanto as vantagens do selo ultrapassam as fronteiras.

Fonte: RTRS – Round Table on Responsible Soy Association