Notícias

Maior produtor brasileiro de abacate Breda é cooperado Coopercitrus

3 julho 2020

O cultivo de abacate é uma prática na agricultura que exige dedicação e empenho, por se tratar de uma fruta frágil e que ainda está conquistando o seu espaço na mesa dos brasileiros. Essa cultura permanente, entre as variedades, é rica em gordura boa, como o ômega 3, fibras, antioxidantes, magnésio e ácido fólico, porém tem um curto período para ser consumida.

O cooperado e produtor José Carlos Gonçalves, trabalha há mais de 30 anos com o cultivo do abacate Breda, Margarida e Hass – popularmente conhecido como Avocado. Em entrevista a equipe da Revista Coopercitrus, contou sobre as variedades e os tratos culturais que produz na cidade de São Sebastião do Paraíso, no interior de Minas Gerais. Engenheiro agrônomo, pesquisador e empresário, o cooperado é hoje, o maior produtor brasileiro da variedade de abacate Breda no país, o mais popular no Brasil.

Após trabalhar em Campinas, SP, com um grupo de pesquisadores e desligar-se do serviço público, o cooperado iniciou sua história no agronegócio com o cultivo de café e para melhor reaproveitar a terra, decidiu cultivar abacate, simultaneamente, na mesma plantação.

“No início me chamaram de louco. Eu comecei na fazenda que eu tinha em Caxambu e, umas lavouras que estavam decrepitas, que eu ia substituir, resolvi plantar café no meio. Então, a cada três ou quatro ruas de café, eu colocava o abacate no meio. Por muitos anos eu colhia nessa área, café e abacate. Faço isso até hoje, explica o produtor.

Com o sistema de produção espalhado por cinco propriedades nos estados de Minas Gerais e São Paulo e com mais de 500 hectares ocupados pela fruta, o cuidado com o manejo inicia-se na sustentabilidade. Para isso, o produtor conta com os produtos da Coopercitrus, na qual é cooperado há alguns anos, e consegue encontrar tudo o que necessita para os tratos culturais de sua propriedade, que tem capacidade de despolpar quatro toneladas de abacate por ano. O aumento do consumo de abacate vem crescendo nos últimos anos no país e hoje a fruta é o carro chefe das fazendas de José.

“Nos últimos anos o faturamento maior tem sido de abacate. Porque o café, nós estamos passando, apesar do pessoal não achar, por um preço de ataxamento muito grande. Os custos subiram. Nós vendíamos café a 500,00 há cinco ou seis anos atrás. Agora quando chegou a esse valor todo mundo bateu palma”, esclarece José, que ainda completa, “eu não posso dizer que café seja mau porque tudo o que fiz foi com o café e ainda depende do café, mas ultimamente, a rentabilidade do café tem sido menor do que a do abacate”.

O cooperado que tem uma indústria aproveita a cultura ao todo, extraindo óleo, azeite de abacate, a farinha por meio do aproveitamento do resíduo sólido, e a isca formicida feita com o caroço de abacate. Dono de uma marca de cosméticos, também utiliza o óleo de abacate para produzir vários itens, como: batom, sabonete fácil, creme para os pés e sabonete corporal.

Evitando o desperdício dos frutos que se perdem por não estarem adequados à comercialização, o cooperado utiliza essa matéria prima para produzir azeite de abacate e sua meta é equiparar-se e ou ultrapassar o feito na Nova Zelândia, que é referência mundial na produção desse azeite. “Nós queremos chegar ao topo da qualidade, em termo de Brasil, eu acho que já estamos, mas queremos a mundial. Estamos cogitando entrar na exportação de azeite de abacate”, finaliza José.

Reportagem: Camilla Souza