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PIB recua no segundo trimestre: economista repercute

6 setembro 2021

Nesta quarta (1), o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,1% no segundo trimestre na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços finais produzidos no país, chegou a R$ 2,1 trilhões. O resultado vem abaixo do que o esperado por especialistas do mercado, que previam crescimento de 0,2% no segundo trimestre. Entre os setores com mais queda, estão agropecuária (-2,8%) e indústria (-0,2%). Segundo João Beck, economista e sócio da BRA, o PIB abaixo do esperado deve levar a algum corte das projeções deste ano. “No qualitativo, chama atenção a forte contribuição negativa da queda do setor de agropecuária que sofreu pela falta de chuvas e sucessivas geadas. Como pano de fundo, destaque para os riscos hidrológicos, que têm se mostrado mais desafiadores que o antecipado pelo governo”, diz. No setor industrial, o pior desempenho foi o das indústrias de transformação (-2,2%) e da atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,9%). Mas o setor de indústrias extrativas teve avanço de 5,3% nas indústrias extrativas e construção de 2,7%. Já o setor de serviços cresceu 0,7% em relação ao primeiro trimestre, o que vem em linha com a reabertura da economia com o aumento da vacinação contra o coronavírus. “O desempenho do setor de serviços foi destaque com o crescimento de 0,7% no trimestre, resultado do avanço da vacinação e a continuidade do processo de reabertura econômica”, explica. Mesmo com o avanço da vacinação em todo o país e reabertura econômica com a diminuição das internações pelo coronavírus, a inflação atrelada à instabilidade política e riscos fiscais ainda preocupa. O último relatório Focus do Banco Central reduziu a expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2021 de 5,27% para 5,22%. “Os patamares de inflação ainda incômodos, o elevado nível de desemprego e a continuação da alta da taxa de juros deverão atuar como fatores negativos para a atividade econômica no terço final do ano”, comenta Beck. Sobre João Beck: é especialista em investimentos e um dos sócios da BRA, um dos maiores escritórios credenciados da XP, com mais de 15 mil clientes e cerca de R$ 2,5 bilhões de ativos sob custódia com escritórios no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Graduado em economia pela UERJ, começou a carreira com vivência em bancos como Itaú, Bradesco e HSBC. Em 2008, perdeu R$ 1 milhão que havia investido. Passou por corretoras como Ágora, Gradual Investimentos, TOV até chegar na XP Investimentos, onde atuou antes de se tornar sócio do escritório de investimentos BRA. Hoje, ultrapassou o valor perdido em 2008, se tornou empreendedor e é referência no mercado de investimentos. Fonte: Hochmuller Multimídia