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RÚSSIA ADIA INSPEÇÃO DE ABATEDOUROS BRASILEIROS

22 abril 2019

O país voltou a comprar carne brasileira no fim do ano passado após 1 ano de embargo motivado pela presença de um aditivo chamado ractopamina nos rebanhos (leia mais abaixo). O envio dos veterinários poderia ampliar as exportações.

Na sexta-feira (12), reportagem da revista “Época” afirmou que o Ministério da Agricultura foi informado de possíveis retaliações às exportações brasileiras.

Essas medidas seriam uma resposta a declarações do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. No fim de março, ele criticou o apoio da Rússia ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela.

Em nota conjunta, os ministérios de Relações Exteriores e da Agricultura afirmam que “tomaram nota do adiamento”, e que a Rússia alegou “necessidade de contar com informações técnicas adicionais”. Esse pedido não foi detalhado pelos ministérios.

“Em nenhum momento, autoridades russas atribuíram a suspensão da missão a questões relacionadas à política externa brasileira”, afirma a nota. O Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, viajará à Rússia prestar os esclarecimentos pedidos.

Um ano de embargo

O embargo russo às importações de carne de boi e porco afetou 48 frigoríficos brasileiros, incluindo algumas das maiores empresas do setor. O centro da polêmica foi a rictopamina, aditivo que altera o metabolismo dos animais e diminui a gordura nos cortes de carne.

No Brasil, a rictopamina é permitida na criação suína e proibida nos bovinos. Na Rússia, é proibida na ração dos dois tipos de rebanho. No comunicado sobre o embargo, o governo russo disse que o aditivo foi identificado em amostras analisadas.

As restrições começaram a ser retiradas em novembro de 2018 e, em três meses, nove abatedouros foram recertificados. Entre janeiro e março, segundo o site do Ministério da Economia, o Brasil exportou cerca de US$ 85 milhões em carne bovina e suína à Rússia.

Nos 11 primeiros meses de 2017, antes de o embargo entrar em vigor, o volume exportado desses produtos foi de US$ 1,138 bilhão – cerca de US$ 100 milhões mensais.

Fonte: TV Globo