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Volta por cima: com a sistematização, cooperado transforma pior área em referência de produtividade

18 agosto 2020

A mecanização nas lavouras de cana-de-açúcar trouxe grandes progressos para o setor, principalmente nas questões socioambientais, e novas ferramentas para o manejo da cultura. No entanto, o avanço das máquinas em campo também apresentou desafios, como compactação do solo, pisoteios e falhas, que diminuem a longevidade no canavial. Para mitigar esses problemas, novas tecnologias surgiram para aperfeiçoar as operações, melhorar o manejo e prevenir falhas. Uma dessas soluções é a sistematização, um conjunto de técnicas que traz melhorias significativas no sistema de produção, reduzindo custos e contribuindo com o aumento da produtividade. A Coopercitrus especializou-se nessas novas tecnologias e, através do GeoCoopercitrus Vant, do Departamento de Tecnologia Agrícola, oferece todo suporte para a sistematização de áreas. O cooperado Carlos Eduardo da Palma, engenheiro agrônomo e produtor de cana-de-açúcar há 21 anos, investiu na sistematização em uma área e se surpreendeu com o resultado. Carlos Eduardo presenciou o final da era do citrus para o início da produção de cana em grande escala no Estado e, inicialmente, apostava em um manejo tradicional para sua lavoura. “Era um manejo simples, o que se fazia na época. A produtividade era legal, pois o cenário era de uma cana colhida queimada, a corte manual, e que não tínhamos problemas com injúria e nem com pragas e plantas daninhas, porque o fogo não tem seletividade, ele matava tudo”, relata o produtor. Com a mecanização na colheita, o cenário mudou e o modo de produção também, demandando novas estratégias para facilitar a operação das máquinas. Foi nesse momento que Carlos Eduardo procurou a Coopercitrus em busca de uma solução. “As colheitadeiras de cana reduziram o sufoco, mas os problemas no tráfego se tornaram frequentes. A gente já vislumbrava a necessidade de entrar com agricultura de precisão, mas não só o básico. Queríamos um projeto que englobasse tudo, a sulcação, as operações de colheita e de transbordo, para não ter mais pisoteio”, afirma. Em 2015, quando o produtor adquiriu uma nova propriedade, decidiu investir na sistematização em uma área de reforma. Na época, o coordenador de Serviços de Imagem da Coopercitrus, Paulo Compachiari, acompanhou a operação, e lembra que a área estava com uma das piores produtividades entre as fornecedoras da usina. “O Carlos Eduardo nos procurou relatando a situação da área. Entendemos as necessidades e definimos os parâmetros para o projeto de sistematização, para embasar as novas decisões a respeito dessa lavoura”, explica Paulo. Passo a passo da sistematização O projeto começou com o GeoCoopercitrus Vant. Com ele, um Vant de alta tecnologia sobrevoou a área, captando imagens aéreas georreferenciadas. As imagens geradas foram processadas, dando origem a mapas com alto nível de detalhamento, com levantamentos planialtimétricos, classe e declividade, permitindo, inclusive, fazer a simulação do fluxo de enxurrada. Com esses dados e entendendo todas as características do terreno, a equipe da Coopercitrus fez um projeto para definir o melhor sentido de plantio, para evitar a erosão e melhorar o aproveitamento da área. Também foram definidos os trajetos das máquinas, para reduzir a quantidade de manobras e evitar o pisoteio. Nas propriedades do cooperado, o GeoCoopercitrus Vant também foi usado para mapear as falhas do canavial. O resultado superou as expectativas do produtor, que hoje colhe acima de 100 toneladas de cana por hectare. “É claro que São Pedro ajuda bastante, mas a gente conseguiu produtividade esse ano que nunca tivemos em toda a história. A gente teve a produtividade em cana de terceiro corte próxima ao que a gente teve em cana de primeiro corte. Isso já é um indicativo que nos deixa muito satisfeitos. Além disso, seja em área de 1º ou 5º corte, só tivemos produtividade acima de 100 TCH”, enumera. Dentre os ganhos, o cooperado aponta a redução de mão de obra e de máquinas em campo. Se, antes, usava quatro colheitadeiras, agora a operação é feita com apenas três máquinas. “Se eu não tivesse essa parte de agricultura de precisão que a gente tem na fazenda hoje, a gente não trabalharia. O trabalho que fizemos de planejamento facilitou muito as operações no campo”, ressalta. O coordenador de Serviços de Imagem da Coopercitrus complementa: “A propriedade do cooperado saiu do título de pior para a melhor área da usina. Ele conheceu nossos serviços em um Simpósio de Tecnologia de 2015 e, em 2019, ele que foi apresentar um case de sucesso no evento, encorajando outros produtores a tecnificarem sua produção”, comemora Paulo. O futuro “Viu quanto resultado em tão pouco tempo?”, provoca o cooperado, que acredita na digitalização do campo como um dos pontos fortes do agronegócio do futuro. “Ao contrário do que as pessoas pensam, é mais simples. Mas eu não gosto do termo agricultura de precisão, porque quem lê fica com receio de algo muito preciso e milimétrico. Eu acredito em agricultura digital, agricultura do futuro”, analisa o produtor. “O que antes era uma necessidade se tornou ganho, porque estou deixando de perder com os pisoteios e tudo isso facilita a nossa vida”, avalia Carlos Eduardo. Falando em futuro, ele já planeja utilizar a sistematização aliada a outras tecnologias agrícolas da Coopercitrus para colher bons frutos no seu canavial. Entre elas, a análise de solo pelo Geofert e a solução de replantio de falhas. “Com o Geofert, ganharemos na parte de adubação, com distribuição por grid, usando doses a taxa variável, tanto de corretivos quanto de fertilizantes. Também pretendemos usar a tecnologia para identificar plantas daninhas, e conseguir fazer a aplicação com duas barras com herbicida tradicional e outro com foco no combate à mucuna. É um negócio que se paga muito rápido”, anima-se Carlos Eduardo. Em uma área piloto, o cooperado está com alta expectativa para testar a solução de replantio de falhas da Coopercitrus. Com o mapeamento das falhas no canavial feito pelo Vant, a cooperativa dispõe de uma máquina que cava as covas para distribuição das mudas nos locais indicados, tudo com o acompanhamento de equipe capacitada, para solucionar o problema das falhas com rapidez e praticidade. Facilitar a vida do produtor rural e promover impactos positivos na atividade agropecuária é um dos propósitos da Coopercitrus. Com um portfólio de produtos e serviços cada vez mais completo e com soluções integradas que beneficiam do pequeno ao grande produtor, a cooperativa segue cumprindo sua missão, contribuindo, assim, com o fortalecimento dos cooperados e com o desenvolvimento da agropecuária nacional. “A Coopercitrus se diferencia, porque, além de fornecer a tecnologia, ela dá o suporte e a orientação para toda a equipe entender e colher os resultados das soluções. Para mim, não existe alguém que ofereça a estrutura e os resultados como a Coopercitrus”, reconhece o cooperado. BOX – O que é Vant? Vant é a sigla para Veículo aéreo não tripulado. Também conhecido como aeronave remotamente pilotada (ARP) ou, ainda, drone, é uma aeronave que não necessita de piloto embarcado e é controlado à distância. Com alta tecnologia embarcada, o GeoCoopercitrus Vant faz o serviço de sensoriamento remoto em propriedades rurais, para identificar falhas nos canaviais e fazer a sistematização das lavouras.